Os financiadores atuais provavelmente têm experiência com ao menos uma crise monetária e, possivelmente, até duas. No entanto, os resultados de uma pesquisa indicam que um grande número deles tem dúvidas se suas finanças vão permitir que eles sobrevivam a outra crise.
Segundo a 8ª pesquisa anual da Nationwide Advisor Authority, quase quatro em cada 10 investidores (39%) acreditam que os EUA já se encontram numa crise financeira, enquanto outros três a cada 10 (30%) sentem que estão a aproximar-se de uma. Apesar de terem já experienciado períodos semelhantes, apenas 36% dos inquiridos estão seguros de que conseguirão ultrapassar a próxima crise financeira.
Um estudo realizado pelo Instituto de Aposentadoria Nacional revelou que 20% dos investidores acreditam que terão que passar por duas crises financeiras ao longo de suas vidas, enquanto 43% estão preparados para encarar três ou mais. Além disso, aproximadamente 39% dos entrevistados afirmaram que, depois de ter vivenciado uma crise, estão mais preocupados com a defesa de seus recursos financeiros.
Com as lembranças de recessão Covid e 2008 ainda vívidas, não é de se espantar que os investidores estejam ficando apreensivos quando se trata de algumas das notícias deste ano, declarou Mark Hackett, o diretor de pesquisa de investimento da Nationwide.
Hackett afirmou que é lógico para os investidores prever uma recessão durante o ano passado, mas acredita que algumas das atitudes pessimistas dos participantes da pesquisa podem estar “inflacionadas”. A equipe econômica da Nationwide está prevendo atualmente uma recessão leve, breve e superficial.
Steven Brod, CEO da Crystal Capital Partners, afirma que aqueles que querem se proteger de ciclos de mercado difíceis podem considerar adicionar estratégias de investimento alternativo institucional às suas carteiras, como macro global, multi-estratégia, equity de curto prazo ou longo relativo, entre muitas outras opções de baixa volatilidade que podem ser incluídas em um portfólio.
Ao longo da história, os gestores institucionais que navegaram em ciclos de mercado incertos têm a capacidade, a infraestrutura e os meios para não apenas lidar com as mudanças nos mercados, mas também para aproveitar as oportunidades que surgem durante a volatilidade do mercado, de acordo com Brod.
O estudo apontou que as gerações mais velhas estão se preparando para os efeitos da crise. 38% de adultos do Gen X e 29% dos investidores baby boomer acreditam que haverá um declínio longo e turbulento. Além disso, dois terços do Gen X (65%) e quase metade dos baby boomers (48%) antecipam que terão que enfrentar outras duas crises financeiras durante suas vidas.
As gerações mais jovens reconheceram a preocupação que possuem em relação às suas situações presentes, no entanto, permaneceram otimistas a respeito de suas perspectivas futuras. A pesquisa descobriu que metade dos millennials (58%) e dos investidores da Geração Z (49%) consideram que irão enfrentar três crises financeiras ainda. Por outro lado, 56% da Geração Z e 50% dos millennials ainda acreditam que poderão se aposentar no tempo previsto.
Apesar de as gerações mudarem, há uma certeza: a necessidade de um plano financeiro e de orientação de um profissional. Estudos mostraram que 88% dos investidores se sentem mais seguros para tomar decisões de investimento mesmo em tempos de crise, ao terem um plano para seus investimentos. Aqueles que têm a orientação de um conselheiro se sentem menos ansiosos (31% vs. 46%) e mais confiantes (40% vs. 26%) de que conseguirão defender suas finanças caso ocorram outras crises financeiras.
Aproximadamente dois terços dos conselheiros acreditam que a volatilidade do mercado aumentará ao longo dos próximos doze meses, com a inflação (33%), as taxas de juros (27%) e a recessão econômica (24%) sendo as principais causas.
Devido ao aumento acelerado das taxas de juros depois de um tempo de abundância monetária, já estamos tendo consequências para a economia e os mercados de capitais. Os juros mais altos, quase por definição, afetarão as ações e os valores dos imóveis comerciais, segundo John Guthery, administrador de Investimentos da FusionIQ.
Guthery enfatizou que não é necessário que ocorra uma profunda crise para que os investidores experimentem o sofrimento de uma economia enfraquecida e a volatilidade do mercado de capitais. Ele também sublinhou a importância de diversificar não somente os tipos de ativos, mas também as instituições financeiras.